A gigante holandesa Philips teve uma queda de aproximadamente 17% em suas ações nesta segunda-feira, marcando o pior desempenho diário da empresa em 26 anos. Esse revés foi impulsionado pela redução de sua previsão de receita, após uma queda inesperada nas vendas de produtos de tecnologia para a saúde na China, incluindo escovas de dentes elétricas e aparelhos médicos. Atualmente, a economia chinesa está passando por um período de enfraquecimento, o que gerou uma retração significativa no consumo interno e nas compras hospitalares.
Além da situação econômica, as rígidas medidas anticorrupção implementadas pelo governo chinês também dificultaram o mercado de equipamentos médicos no país. De acordo com a Philips, essas regulamentações exigem que hospitais chineses sigam procedimentos rigorosos antes de adquirir novos equipamentos, o que resultou em ordens atrasadas e uma queda nas vendas de aparelhos de saúde. Com isso, a empresa diminuiu sua previsão de crescimento anual de 3-5% para apenas 0,5-1,5%, decepcionando investidores que rapidamente reagiram à nova projeção.
Apesar das dificuldades enfrentadas na China, a Philips continua crescendo em outras regiões. Na América do Norte, seu maior mercado para sistemas médicos, a demanda por equipamentos de saúde permanece forte. Além disso, o CEO Roy Jakobs afirmou que a empresa está voltada para expandir suas operações em regiões como América Latina e Indonésia, onde ainda há uma grande necessidade de produtos de saúde. Jakobs também acredita que a demanda na China poderá se recuperar futuramente, mas sem uma previsão exata para esse retorno.
Outro fator que contribuiu para a estabilidade das margens de lucro da Philips foi o aumento da eficiência, impulsionado por tecnologias de inteligência artificial. Esses avanços ajudaram a empresa a otimizar seus processos e manter uma margem de EBITA (lucro antes de juros, impostos e amortizações) de 11,5%, dentro do limite superior de sua expectativa para o ano. No entanto, o contexto de incerteza é intensificado pela questão legal nos EUA envolvendo os aparelhos de apneia do sono da Philips. Após um acordo judicial para resolver casos de lesões, a empresa ainda enfrenta uma investigação federal, que pode resultar em multas adicionais significativas.
Com um mercado desafiador na China, medidas anticorrupção e uma situação delicada nos EUA, a Philips precisa focar em diversificar suas fontes de receita para estabilizar seu crescimento global. A empresa deve buscar oportunidades em mercados alternativos e inovar em produtos que atendam às demandas de um setor de saúde cada vez mais competitivo.
Portuguese 
English